Se quando escrevo engano-lhe, a culpa não é minha mas das minhas mil personagens que me surgem na ponta dos dedos. Perdoe-me, caro leitor que pensas decifrar-me ao ler o que escrevo.
Ponha os dedos na caneta, apoie sobre uma folha, deixe as letras correrem e verás que em menos, muito menos, de uma vida viverás milhares delas.
Culpa alguma tenho eu da mente perspicaz que em menos de um segundo me faz viver diversas profissões, nacionalidades, emoções, paixões etc.
Mas a esta querida amiga agradeço pelas viagens sem fim e pelas palavras resgatadas do fundo de um dicionário velho com suas folhas rasgadas, amareladas e suas letras quase ilegíveis.
Discernir o que é real; recomendo-lhe que esqueças isso, pois quando viajamos nas palavras e nos textos permití-mo-nos gozar novos mundos e experiências que talvez no mundo real nunca chegaremos perto de vivenciá-las.
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