De novo não

De repente eu me vejo tão próxima de perder todas as minhas regalias, minhas paparicações diárias, meus abraços, carinhos etc.
Tanta coisa tão normal que acontece todos os dias, mas que eu sei que de uma maneira ou de outra terei que perder.

Sim, estou eu aqui mais uma vez sofrendo antecipadamente todas as perdas que sofrerei quando eu passar para a tão esperada e amada MEDICINA, que claro merece caps lock, não só por ser a profissão que escolhi para ser minha, mas pela grandeza que ela esbanja, pela coragem que ela atribui a todos os profissionais que escolhem essa tão escravizadora profissão que passa a ser sua família, sua casa, seus amigos, seu tempo.

E como uma brisa repentina todo medo e insegurança me sobrevêm. Me sinto frágil demais, me sinto um bebê que nada sabe ou pode fazer sozinho. Me sinto incapaz.

O medo é tão grande e já toma conta de mim que me faz querer desistir dos meus sonhos, das minhas vontades, me faz querer parar o tempo e morar para todo o sempre com a minha mãe, sendo sustentada e não tendo que sustentar-me, sendo protegida, sendo paparicada.

Mamãe eu não quero me afastar de você, mesmo que ainda me falte ou o resto do ano, ou mais um ano e meio, ou que sabe mais; mas só de pensar já fico triste e sem chão.