Destino trocado

Eu fui, fui a Londrina! Lá encontrei meu "irmão mais velho", minha tia (exemplo de vida), minha prima (5º ano de medicina, internato), minha avó (delicinha), meu avô (não queria ter o visto daquele jeito), minha tia materna, tia Tê (ela faz o melhor nhoque do mundo) e Lau (esposa do meu primo materno)!
Tá, tava tudo certo, eu ficaria lá, estudaria lá, e minha vida mudaria para sempre..
Já repeti essa história umas 15 vezes ontem, mas a deixarei aqui também, caso alguém me pergunte indico meu blog!

Cheguei lá meia apreensiva, com todos aqueles medos já descritos antes, pensei que seria difícil mas que eu não sentiria tanta falta das coisas daqui.
Me acomodei num quartinho que mal entrava alguns raios de sol, mas que predominavam lá os livros de medicina, as bagunças do meu primo, uma televisão com NET e uma cama box no chão e outra na vertical recostada na parede.
Lá me fechei, fechei meu mundo, todos os meus medos, anseios, pensamentos, tristezas e sorrisos estavam presos junto a mim naquele quarto, de onde eu só saía para ir ao banheiro e para ir ao restaurante almoçar.
Aquele quarto se transformou no meu refúgio, um lugar que parecia ser meu esconderijo, lugar cujo não saía por nada.
Tá eu sei que não fiquei muito tempo, mas quando se está só com a companhia apenas de uma TV e de um controle remoto, um dia se transforma em um mês!
Tudo era motivo para eu pegar no sono, porém meus sonhos eram preenchidos pelas imagens das pessoas daqui, e a todo momento eu acordava assustada pensando ser real a presença deles ao meu lado!
Comecei a pirar, e não foi necessário minha mãe morrer para eu perceber que eu a amo mais do que eu imaginava!
Quando a minha estadia lá pareceu ser algo sério mesmo, aí que meu lado insano começou a sobressair! Minha cabeça não parava, minha vontade de chorar estava me enlouquecendo, porém não queria chorar e demonstrar fraqueza para aqueles que acreditavam em mim.
Mas quando minha cama estava montada, meu quarto estava arrumado e recebi da minha avó as boas vindas, decidi que eu não queria isso pra mim, que não era necessário eu estar ali e me sacrificar ficando longe das pessoas que mais amo nesse mundo.
Com o dinheiro na carteira e com o sofrimento no rosto e nos olhos decidi no dia seguinte comprar a passagem de volta, e voltar a Londrina apenas a passeio, ou para morar, mas com a minha família!
Vivi lá várias outros fatores que me impulsionaram a voltar, mas não acho necessário detalhá-los no momento!
eu sei que lá eu senti uma coisa que nunca havia sentido, o sentimento de fracasso e de fraqueza, e pra quem achava que a Khawana Faker era uma fortaleza, está aí sua fraqueza: se afastar de quem mais ama nesse mundo!
Voltei a Jaconé, e repeti e repito tal frase: "Na minha curta vida, todas as decisões que tomei foram sempre após um longo tempo pensando, minhas decisões são sempre muito racionais, movidas pela razão e nunca pela emoção.. mas agora, fiz diferente, fui impulsiva, ouvi meu coração, e decidi pela emoção!"
Agora apenas peço a Deus, sorte aqui nesse lugarzinho, pequeno, pobre, pacato, chato... porém INCRÍVEL!