[...]

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; [...] (FERNANDO PESSOA)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Som articulado com uma significação

Palavras, apenas palavras! Lançadas, escritas, faladas, serão sempre palavras!
Palavras que acendem meu viver, que acentuam o sorriso no meu rosto!
Palavras que vêm e que vão.
Palavras que me remetem a um passado oculto, passado que ninguém sabe, passado que me faz chorar!
Palavras retóricas, catafóricas que mesmo sendo apenas palavras fazem mudar o meu humor!
Palavras que uso para me desfazer de uma dor, para descrever minha total satisfação, para expressar a minha raiva, e para reafirmar o que pensas de mim, insana mortal.
Como eu as amo, queridas palavras, às vezes mais escritas do que faladas.
Quando na presença de Deus resultam minha força, quando nas provas fortalecem meus medos, quando em livros pesam minha preguiça...
Palavras, palavras, palavras...

Um outro conto, uma outra história

Um castelo colorido em um reino bem distante. Uma janela mal acabada, abandonada e esquecida.
Lá no alto uma menina linda com seus olhos a brilhar. Todos os dias imagina como seria o mundo que a cerca, e a realidade do lado de fora cuja nunca ouvira falar.
Toda manhã sonha acordada com todos os contos de fada que lera trancada em seu quarto, e com os príncipes, que crê ela que um deles venha a buscar!
Não conhece o bonito, mal sabe o que é o belo pois deles apenas ouviu falar.
Nas madrugadas frias e sombrias, dorme ao som dos grunhidos dos animais que cercam seu colorido e sombrio lar.
Nunca saiu de lá, mas tem medo até mesmo do entreabrir da porta, e teme ver que tudo que ouvira, sonhara e imaginara sejam apenas histórias, contos e mentiras.
Por isso já deu ordem que ninguém ouse adentrar em seu castelo, ou intente a tirar de lá, pois foi lá que ela nasceu, aprendeu a viver, e será lá que ela morrerá!
Talvez não te faça muito gosto ler a história dela e ver que final feliz não há, talvez não para você, mas para aquela menina sempre haverá a magia de viver no seu mundo encantado sabendo que ninguém nunca o tirará dela!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces

O coração só muda os batimentos e emoções fortes vão vindo à tona a todo instante. Está sendo difícil dormir porém tão fácil acordar!

E eu que não entendia os soluços em meio às madrugadas, e me perguntava o porquê de falar sozinho. Julgava ser insanidade mental que vinha junto a idade.

Hoje tenho enfrentado situações semelhantes. Noites mal dormidas ou nem um pouco dormidas. A sensação de que o coração sairá pela boca a qualquer momento. Suspiros demorados e angustiados. A vontade de gritar bem alto para todos ouvirem. O desejo incontrolável de desabafar. Um sentimento de mãe, mesmo sem nunca ter parido. E a louca vontade de voltar no tempo!

É tão difícil descrever, mas é tão fácil sentir!

Eu quero voltar a viver minha idade atual, e não viver visando meus 22, 24, 26 anos. Eu queria viver os meus 18 sem medo algum de errar, de me machucar. Mas é um peso tão enorme nas costas, é uma responsabilidade tão grande de ter que ser alguém na vida, de ter que sair da casa e da aba da minha mãe, de evoluir, que não dá pra me divertir sem pensar nas matérias que eu ainda não estudei, nas fórmulas que eu ainda não gravei, etc.

Sem falar das pessoas tão próximas que não me entendem, e ficam o tempo todo confirmando o que mais pesa no meu psicológico, que eu não aproveito a vida, que eu não vivo, que eu só penso em estudar!

Minha única segurança é Deus, que não importa como, onde ou quando está me ajudando!
Por isso eu Te amo meu Senhor!
"Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável
e maravilhoso fui formado;
maravilhosas são as tuas obras,
e a minha alma o sabe muito bem." (Salmos 139.14)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um certo alguém

Uma manhã simples como todas, e já cedo o ouvia a derrubar panelas, ligar a moto, abrir o portão, sair e voltar. Mas fingia estar dormindo para ter o prazer de ser acordada com um beijo, selinho. Eu dizia odiar, limpava a boca e o olhava com desprezo e nojo incomensuráveis. E ele, não os levava a sério apenas sorria porque sabia que um dia aquilo tudo faria muito sentido pra mim!

Nunca entendia sua forma de agir, seus assuntos hora pervertidos, hora super santos; não conseguia entender porque ele prezava tanto as refeições na mesa e as orações extensas que as antecediam.

Odiava sua forma de demonstrar que me amava tanto na frente de todos, seu orgulho estampado na testa nos olhos e nada contidos nos lábios, afinal fazia questão de que todos, notem todos, soubessem tudo que eu fazia que mais lhe orgulhava!

Eu, pequena, ingênua e boba, apenas sentia raiva de tudo isso. Mas ao mesmo tempo o amava muito e não sabia dizer isso a ele. O abraçava tão forte e até mesmo sentia minha cabeça a afundar em sua barriga, fechava os olhos, me sentia segura, em minha mente apenas duas palavras : Te amo!- mas em meus lábios elas nem sequer pintavam.

No dia cujo virei "mocinha", pra mim era dia de vergonha, mas para ele dia de orgulho, orgulho esse que o fez no dia seguinte ir à minha sala de aula e entregar-me um buquê de rosas vermelhas junto a um bilhete lindo, mas que na hora apenas me envergonharam mais, mais ainda pelo fato de ao me entregar e selar a entrega com um beijo, na frente de todos.

Cheguei a ouvir de sua boca palavras que traduziam sua total admiração por mim e por meu jeito/personalidade. Talvez o único que declarou tal admiração.

Mas ele também me proporcionou momentos frustrantes e nada agradáveis, cujos prefiro esquecer!

Mas aqui deixo escrito que tudo que ele fez por mim, toda sua personalidade, sua super proteção, hoje por mim são entendidas! E hoje se ele ainda estivesse perto, diria sem medo as palavras que nos meus lábios não pintavam e em seus ouvidos não tocavam!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Devaneios, perturbações, vendavais, marasmos, silêncio.

É tão difícil quando queremos dizer algo, mas tal ou está silenciado em nossos lábios, ou preso em nossos dedos, ou contido em um canto esquecido da nossa mente!

Nem lembro mais o motivo que me impulsionou a escrever esse texto! Ultimamente não tenho tido motivos o bastante para escrever e encher as linhas e entrelinhas de palavras e suas mil significâncias objetivas ou subjetivas.

Algo tem absorvido minhas ideias, minha antiga e singela criatividade para textos. Ou apenas ouso dizendo que não tenho vivido nada além de tardes em frente ao computador estudando e me esforçando para entender coisas que a mim nunca foram ditas.

Não posso culpar meus estudos, mas eles tem resumido minha vida, fora deles existem meus simplórios sábados à noite no shopping da Vila, me divertindo sim, mas não fazendo nada de tão interessante que me ponha a mente aqueles mil pensamentos que sempre me auxiliavam a escrever textos, poemas e músicas.

E não tenho tido uma vida apática apenas na diversão, tenho sido e estado apática até mesmo na igreja, na vida espiritual e esse fato, esse sim, tem me posto um medo absurdo. Medo de perder tudo aquilo que conquistei em quinze a dezesseis anos de protestantismo, e mais do que isso, quinze a dezesseis anos de intimidade com Deus.

Só eu sei, e como sei o quanto foi difícil aceitar essa mutação vivida. E agora que vejo meu erro e tenho total consciência dele, não sei como repará-lo.

Nova fase, nova dificuldade!