Ah a adolescência

Não costumo descrever meus sentimentos e minhas angústias objetivamente, mas sim subjetivamente, dando a pessoa que lê diversas formas de imaginar o que tem se passado pela minha cabeça e pela minha vida; mas o que aconteceu ontem comigo, foi algo estranho e inovador, no qual descobri depois de anos que eu sempre estive sozinha. Passei a lembrar de todos os momentos da minha vida, desde os mais felizes aos mais tristes e pavorosos e em todos estava eu sozinha sem ninguém para conversar ou contar o motivo de todas as lágrimas, as quais no momento rolavam no meu rosto sem nem ao menos pedirem permição. Eram mais de mil, se tonaram infinitas nos meus olhos, parecia que havia lágrimas o bastante para inundar o quarto onde eu estava entocada. O travesseiro no qual escondia minha face já não era o bastante para conter tantos soluços e lembranças. Quando tento descrever o que senti ou o que pensei no momento, as palavras se fazem "extintas" do meu vocabulário, assim como as pessoas somem ao meu redor. É claro que não queria ver ninguém e muito menos conversar, mas queria que alguém uma vez na vida interrompesse o meu choro e me obrigasse a contar o que acontecia, precisava de alguém mais forte do que eu, capaz de enfrentar os meus gritos e o meu jeito de ignorar; ao mesmo tempo que precisava deste alguém não precisava dele para apenas me ajudar a vencer meus medos e frustrações do momento, mas para me mostrar que eu não me encontro sozinha e de que não é só Deus que me ouve e me compreende. Lembro a quem ler de que isso não é um apelo, ou um convite para se mostrar mais meu amigo do que antes, isso era o que eu precisava espontâneamente de quem estava presente aqui em casa no momento. Mas as situações vividas e as frases ouvidas, apenas me provam que dia após dia devo aprender a viver sozinha e a compartilhar meus problemas apenas com Deus e com uma página na internet que me faz sentir mais leve.
Minha adolescência tem me posto trauma, e graças a Deus que é só uma vez e nunca mais.