[...]

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; [...] (FERNANDO PESSOA)

sábado, 17 de julho de 2010

Despeço-te

Tenho medo da intensidade, do gingado, do andar misterioso e maroto, do sorriso galanteador, dos braços fortes e acolhedores.
Ah moço bonito de quem me afasto e me entreteço cada vez mais.

Não me vale de mais nada dos seus olhos falar, apenas citar que eles enobrecem minha calma e acentuam os meus temores.

Como eu queria de ti me afastar e nunca mais sentir teu suspirar no rosto meu, ou tua voz a adocicar minhas ilusões, minhas infames ilusões.

Vá para bem longe e deixe em paz meus pensamentos que só fitam seu rosto bruto, teus olhos marcados pela infidelidade e tuas mãos macias que em meu rosto deslizavam.

Ah como eu queria deixar esta tristeza de querer a quem não pode, de desejar o proibido e a vontade de concretizar todo libido.

Então vá embora meu querido odiado para bem longe dos meus braços procurar outro afago e outros lábios para neles depositar teus venenos mais cruéis.

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