[...]

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; [...] (FERNANDO PESSOA)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu queria saber voar


"Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
(...)

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor !" (fragmento; Casimiro de Abreu - Meus oito anos)

E eu me lembro que eu só queria saber voar, subir nas árvores, comer fruta do pé, correr até a praia, nadar o dia todo, andar de bicicleta, ralar mais o joelho, ter uma casa na árvore, um mercado imaginário no meio do mato, pescar um tubarão na lagoa que tinha atrás da minha casa, curar a dor de garganta com vários Megas e Cornettos, ir à praia todo dia, deixar o dente cair sozinho, ganhar presente do Papai Noel, ser ouvida por uma estrela Cadente e então ganhar o meu tão pedido caminhão de chocolate, conversar com a Targa (cachorra Fila Alemã que me acompanhou dos 2 aos 11 anos)...
E agora eu queria ter esses mesmos desejos, as mesmas preocupações!
Queria voltar ao tempo em que a malícia era nula, a inocência abundava, a ingenuidade reinava e a simplicidade fazia parte de mim.
E poderia então voltar àquele tempo que minha vida não passava de um mundo encantado, um conto de fadas, onde tudo que eu queria era tão fácil conquistar, e se não fosse a imaginação fazia por mim, e então satisfeita eu estava.

Ah que saudade que tenho da época que para voar bastava fechar os olhos!

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