[...]

Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; [...] (FERNANDO PESSOA)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Os delírios de um andarilho

E uma vez ouvi por aí, sem ritmo ou harmonia um qualquer trecho que dizia:

"Na minha estrada não há espinhos porém as flores que lá se encontram, me machucam; não há buracos porém a uniformidade me cansa; em pedras não corro o risco de tropeçar e ainda assim caio; o sol não me intimida com seu calor, pois nem minha pele queima nem minha mente faz delirar, mas a sombridade de estar só me insaniza a cada passo dado; nessa minha estrada a morte fica longe contudo morto já me sinto, andando em um paraíso que me causa as mesmas dores de um inferno.
Estejas tu andando onde quer que seja, sua estrada sempre te fará os males enxergar. Teu quintal não é mais ou menos verde que o do vizinho, e se for algum fator de sofrimento terás em comum. Seja rico ou seja pobre o mal vem pra todo mundo assim como a redenção!"

Seus demais dizeres não me importaram tanto, afinal nem tudo que um insano profere pode ser considerado, mas também não deve ser ignorado em sua totalidade.

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